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Orientações para o cuidado com estudante que vivencia uma crise em saúde mental na UFC 

Orientações para o cuidado com estudante que vivencia uma crise em saúde mental na UFC   

O que é uma situação de crise em saúde mental?  

Crise em saúde mental evidencia-se como uma “manifestação psíquica ou comportamental que denuncie ou represente risco iminente à integridade física do indivíduo, às pessoas em contato com o mesmo e ao meio” (SAMUFor, 2022). Esses episódios quando ocorrem em surtos psíquicos podem se caracterizar por perda do juízo crítico, agitação psicomotora (comportamentos desordenados e incontroláveis) e alterações no senso de realidade. Além dos surtos, as tentativas de suicídio também integram as situações de crise em saúde mental.   

 Ações de cuidado na crise   

Constatada a situação de crise, é preciso tomar duas primeiras providências conjuntas:   

  1. 1. Ligar para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) – 192; o socorrista doSAMU fará algumas perguntas para avaliar a gravidade da condição do paciente, buscando compreender seu nível de consciência, respiração e circulação sanguínea;   

1.1 deve-se prestar todas as informações solicitadas pela Central e receber as orientações sobre encaminhamentos a partir da avaliação realizada pelos profissionais do SAMU:   

  • se a situação se caracterizar como urgência ou emergência e houver ambulância disponível, aguardar com o estudante até a chegada de familiar ou pessoa de referência para acompanhá-lo ao Serviço de Saúde; 
  • se a situação não se caracterizar como urgência ou emergência ou não houver ambulância disponível, o estudante poderá ser encaminhado ao Serviço de Saúde mais próximo indicado pelo SAMU em veículo institucional ou particular.  
  1. 2. Acionar pessoa da família ou a mais próxima ao estudante (amigo, colega de sala, namorado(a)); se possível, indagar ao estudante que pessoa ele indica para ser contactada para acompanhá-lo nessa situação; esse acompanhante deverá ser pessoa maior de 18 anos e que esteja disponível para os encaminhamentos necessários.  

A pessoa que presencia a crise poderá pedir ajuda a um colega, chefe, professor, servidor ou alguém do setor mais próximo, devendo permanecer com o estudante até a chegada da pessoa de referência. Enquanto aguarda a chegada do acompanhante é fundamental se atentar para as seguintes orientações:  

  • não deixar a pessoa sozinha até que ajuda especializada chegue;   
  • manter um tom de voz calmo e acolhedor;   
  • afastar objetos perfurocortantes ou perigosos;  
  • evitar julgamentos ou minimizar a experiência de sofrimento do estudante.  

Com a chegada da pessoa de referência, deve-se relatar as informações prestadas e recebidas do SAMU quanto aos encaminhamentos mais adequados à situação.   

Ações de cuidado no Pós-crise  

Após a situação de crise, no retorno do estudante à Universidade, é importante que ele seja acolhido na Unidade Acadêmica por coordenadores, professores, colegas e servidores técnico-administrativos, atentando-se para:  

  • apresentar disponibilidade de ouvir, sem pressionar ou forçar conversas sobre a crise vivenciada; 
  • respeitar o tempo e as limitações do estudante na retomada de suas atividades;  
  • auxiliar com informações acadêmicas para minimizar possíveis impactos no desempenho e rendimento;  

É importante também que o aluno seja informado sobre os serviços da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (PRAE) de atenção ao estudante (acolhimento psicossocial, consultas de enfermagem e clínico geral, com possibilidade de encaminhamento para consultas psiquiátricas).  

Além disso, após a situação de crise, as Unidades Acadêmicas podem solicitar apoio e orientação institucional, para cuidado com os discentes, à equipe do NASPE – Núcleo de Apoio Sociopsicológico a Estudantes da PRAE, por meio de intervenções psicoeducativas em grupo.  

Contextualizando brevemente 

A saúde mental do estudante universitário configura-se como uma preocupação crescente e de extrema relevância no contexto da Universidade Federal do Ceará – UFC. O ingresso na universidade representa um novo marco de transição, pelos desafios que podem estar intimamente conectados ao bem-estar emocional. Pressão acadêmica, ausência ou fragilidade de vínculos, baixo suporte familiar, incertezas profissionais e vulnerabilidades socioeconômicas tornam-se preditores para o desenvolvimento de crises de saúde mental e surgimento de transtornos mentais ou outros adoecimentos.  

Neste cenário complexo e desafiador, a UFC, através da Divisão de Atenção ao Estudante (DAE), da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (PRAE), já desenvolve ações de promoção e prevenção de saúde mental, bem como acompanhamento dos estudantes que necessitam de cuidados continuados em saúde mental, conforme critérios de vulnerabilidade social, de saúde do discente e da capacidade de atendimento instalada. Trata-se, inequivocamente, de atuação complementar à rede de atenção à saúde do município, visto que não cabe a UFC, como uma instituição educativa, absorver integralmente a complexidade das demandas de saúde mental da comunidade estudantil. Diante da importância e amplitude do desafio posto pelo cuidado com a saúde mental dos discentes, o compromisso dessa atuação não deve ficar restrito a responsabilidade um único setor – no caso a PRAE – cuja atuação se dá no âmbito da assistência estudantil e não da saúde; deve, sim, ser estendido a toda a comunidade universitária.  

Outra importante ação, já desenvolvida pelas equipes da PRAE, é compartilhar com a comunidade acadêmica informações e orientações qualificadas de cuidados à saúde, mediante ações coletivas, visando a prevenção e a posvenção em situações no cotidiano universitário, deixando claro que tais situações são decorrentes de processos de sofrimentos psíquicos graves, muitas vezes anteriores ao ingresso dos alunos na Universidade e que, provavelmente, os acompanharão durante sua trajetória na instituição universitária, já que se tratam de condições crônicas.   

Nessa perspectiva, nenhum estudante, ao ingressar na universidade, deixa de ser usuário da rede de saúde do seu município e, portanto, do Sistema Único de Saúde (SUS) que precisa, portanto, ser fortalecido, bem como acionado a partir da demanda de quem dele precisar.  

Nesta breve contextualização, revela-se essencial que a comunidade acadêmica esteja razoavelmente preparada para reconhecer e intervir em situações de crise em saúde mental, promovendo ambiente de acolhimento e apoio na instituição universitária. 

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