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Orientações sobre o Primeiros Cuidados Psicológicos

ORIENTAÇÕES SOBRE PRIMEIROS
CUIDADOS PSICOLÓGICOS

*Caso queira fazer uso direto das técnicas PCP inicie a leitura a partir do ponto 4. *Caso necessite de
exemplo de aplicação do PCP faça a leitura do ponto 6.
1. O QUE SÃO OS PCP?

Os Primeiros Cuidados Psicológicos (PCP) são uma forma de assistência humana e prática
para apoiar indivíduos que sofrem situações de crise ou que estão vivenciando extrema
angústia. Essa metodologia tem sido amplamente utilizada por organizações internacionais e,
diferente de uma terapia psicológica, podem ser realizados por qualquer pessoa, não sendo
necessário ser profissional da saúde.
2. A QUEM SE DESTINA?

Os PCP podem ser aplicados a qualquer pessoa em sofrimento. No contexto universitário, são
destinados especialmente a:
Alunos (as);
Funcionários terceirizados;
Servidores Técnicos administrativos;
Servidores Docentes
Apesar de serem voltados ao ambiente acadêmico, as técnicas podem ser utilizadas em outros
contextos sempre que necessário.
3. QUANDO E ONDE APLICAR?

Os PCP devem ser aplicados:
Quando você presenciar uma situação que necessita de intervenção e não houver outra
pessoa já atuando.
Quando notar que a intervenção existente não está ocorrendo da melhor forma.
Quando for solicitado a ajudar.

Locais onde os PCP podem ser aplicados nos campi:
Centros Acadêmicos;
Bibliotecas;

Residências Universitárias;
Salas de Aula;
Restaurantes Universitários;
Qualquer outro espaço onde se perceba a necessidade.

4. PRIMEIRAS ATITUDES

A abordagem dos PCP segue três princípios básicos – Observar, Escutar e Conectar – que
ajudam a guiar a ação:

OBSERVAR:

  •  Informações sobre o que aconteceu e está acontecendo (gatilhos e evento
    estressores).
  •  Identifique quem pode precisar de ajuda e avalie a situação
  •  A pessoa está chorando ou visivelmente angustiada
  •  Está desorientada ou em choque
  •  Parece precisar de apoio imediato
  •  Riscos de segurança e proteção
  •  Necessidades básicas e práticas imediatas

ESCUTAR:

  •  Se apresente e descreva seu papel
    Exemplos de intervenção:
    “Olá. O meu nome é _______________, sou Coordenador(a) do Curso/professor(a) /
    técnico(a) administrativo(a) / funcionário(a) / estudante. Estou aqui para ver como você
    está e se poderei ajudar em alguma coisa. Posso falar com você alguns minutos? Como
    se chama?”
  •  Aborde a pessoa com empatia, demonstrando acolhimento
    “Oi, eu percebi que você não está bem. Quer conversar ou precisa de algo?” “Se
    precisar de ajuda, estou aqui para você.”
  • Tente encontrar um lugar silencioso para conversar e limite as distrações externas
    “Se quiser, podemos procurar um lugar mais tranquilo para falar.”
  • Forneça informações, se as tiver, mas seja verdadeiro
    • “Eu não sei, mas vou me informar sobre isso para você.”
  • Permita momentos de silêncio
    • “Entendo caso não queira falar agora. Mas estarei aqui se precisar”.

CONECTAR:

  • Deixe claro que mesmo que a pessoa não queira ajuda agora, ela poderá recebê-l
    posteriormente.
  • Ajude a pessoa a se conectar com redes de apoio
  • Encaminhe para um serviço especializado, se necessário.
  • Oriente sobre locais de atendimento dentro e fora da universidade.
  • Se houver uma rede de amigos ou familiares disponível, auxilie no contato.
  • Oriente sobre os outros passos presentes no documento de considerações em casos de
    crise em saúde mental.
  • Pode ser necessário realizar todas estas ações e, por vezes, em ordens diferentes. A prioridade
    é agir mediante o que melhor se adeque à situação. É importante que o facilitador mantenha a
    calma e que compreenda que pode ser difícil para a pessoa angustiada ficar calma e aceitar
    ajuda. Caso o facilitador se avalie como inapto a fazer a intervenção, deve solicitar auxílio de
    outra pessoa.

5. O QUE NÃO FAZER?

Não minimizar o sofrimento da pessoa: Evite frases como “Isso vai passar” ou “Não é
tão grave assim”.
Não force a pessoa a falar: Deixe que ela compartilhe o que desejar, no tempo dela.
Não ofereça conselhos rápidos ou clichês: Frases como “Fique calmo” ou “Tente
pensar positivo” podem não ser úteis.
Não julgue ou critique a reação da pessoa. “Isso é falta de Deus”
“Isso é coisa da sua cabeça”, “Pare com isso! Que frescura!”. Falas como essas
podem agravar a crise e interromper o esforço de conexão.
Não faça promessas irreais: “Vai ficar tudo bem” pode não ser verdade.
Não conte as histórias de outras pessoas: “Fulano veio aqui uma vez, me relatou as
mesmas coisas e ficou tudo bem”.

6. EXEMPLO DE CASO:

Estudante de 20 anos começou a se sentir mal enquanto almoçava no Restaurante
Universitário. Relata falta de ar, sensação de sufocamento, tremores, palpitações
cardíacas, dor no peito, tontura e náuseas.
1. Observando
Identifique o estado da pessoa, os sinais e sintomas que apresenta e os possíveis gatilhos da
crise. Convide-a para ir até um local tranquilo e reservado, onde ela possa se acalmar e que
vocês possam conversar com maior privacidade e sem interrupções. Deixe claro que estão em
segurança. Tenha em atenção que o desconforto no peito e a falta de ar também podem ser
causados por problemas físicos, como um ataque cardíaco ou asma. Se houver dúvidas quanto
à causa dos sintomas, certifique-se de que a pessoa procura ajuda médica o mais rapidamente
possível. Estando sanada essa dúvida, prosseguir com os PCP’s.
2. Escutando
Apresente-se, descreva o seu papel e a escute com empatia, sem julgamentos, demonstrando
uma postura acolhedora. Fale calmamente, sendo paciente, compreensivo e sensível.
Pergunte: “você está precisando de algo no momento, como um copo de água, por exemplo?”.
Depois pergunte: “você gostaria de falar sobre o que está acontecendo com você?”. Permita
momentos de silêncio e acolha a pessoa, mesmo que ela possa parecer confusa em seu
discurso.
Mesmo mais tranquilizado(a), o(a) estudante do caso descreve dificuldade para respirar.
Encoraje a pessoa a inspirar pelo nariz e a sentir a respiração encher a barriga lentamente, e
depois expirar lentamente pela boca (respiração diafragmática). Explique que os sintomas irão
diminuir, à medida que a pessoa se sentir mais calma e menos angustiada.
3. Conectando
Ajude a pessoa a se conectar com locais de atendimento em saúde, como UPAs e ajude no
contato com pessoas de referências, como familiares e parceiro (a). Pergunte: “Agora que você
está mais calmo(a), gostaria que entrássemos em contato com alguém de sua confiança?”.
Também oriente sobre a importância e as possibilidades de continuidade de acompanhamento
em saúde mental dentro e fora da universidade, quando estabilizada a crise de ansiedade.
7. REFERÊNCIAS:

FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DAS SOCIEDADES DA CRUZ VERMELHA E DO
CRESCENTE VERMELHO. Primeiros Socorros Psicológicos: Uma Breve Introdução. Cruz
Vermelha Portuguesa, tradução de Mário Tavares; revisão de Susana Gouveia, dezembro 2023.

OPAS – ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Primeiros cuidados psicológicos:
guia para trabalhadores de campo. Brasília, DF: OPAS, 2015.

SERVIÇO DE APOIO PSICOLÓGICO – SAPSI. Primeiros socorros emocionais. Teresina:
PRAEC/CACOM, 2023.

VASCONCELOS, Ticiana P. de. Em meio à tempestade: um guia para acolher crise
emocional baseado nos Primeiros Socorros Psicológicos. São Paulo: NDD Media, 2024.

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